3.ª dose nos Açores? Decisão coloca pressão sobre DGS, diz ex-ministro
Escrito porJDominguesem 21 de Agosto, 2021
Adalberto Campos Fernandes criticou, na TVI24, que o país ande “em velocidades diferentes” no que toca às decisões sobre a vacinação e dá o exemplo do que já tinha acontecido com a inoculação dos jovens dos 12 aos 15 anos.
Oantigo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, considera que a decisão dos Açores de começar a preparar o processo de administração de terceiras doses da vacina contra a Covid-19 coloca uma pressão adicional sobre a Direção-Geral da Saúde (DGS).
O médico socialista afirmou, em declarações esta noite na TVI24, que gostaria de ver uma DGS “autónoma, forte e respeitada”, mas que o organismo é, muitas vezes, submetido a uma “pressão externa que muitas vezes não ajuda”.
“Acho que é mau para o país, à semelhança do que já tinha acontecido com a Região Autónoma da Madeira, que nós andemos neste processo em velocidades diferentes”, apontou, referindo-se ao facto de a Madeira ter avançado primeiro com a vacinação dos jovens a partir dos 12 anos.
Agora, os Açores são a primeira região do país a avançar com a preparação do processo de vacinação de uma terceira dose à população mais vulnerável.
Adalberto Campos Fernandes apela à DGS que tome uma decisão sobre o tema.
“Fica agora sobre a Direção-Geral de Saúde uma responsabilidade enorme de tomar uma posição em tempo adequado porque o outono está aí, e naturalmente a DGS é a entidade nacional com a responsabilidade adequada e com os instrumentos para se pronunciar sobre essa necessidade”, destacou.
A decisão do Governo dos Açores foi anunciada esta sexta-feira pelo secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, que salvaguardou que o processo avançará “após a vacinação generalizada da população açoriana”.
Clélio Meneses disse também que se mantém a intenção de ter 70% dos açorianos com as duas doses da vacina contra a Covid-19 até final de agosto e admitiu que, na ilha de São Miguel, houve “alguma dificuldade na administração de vacinas”, com base na Casa Aberta e agendamentos, uma vez que se pretendia vacinar duas mil pessoas diariamente, mas apenas foram inoculadas cerca de 800 pessoas.
Fonte: Noticias ao Minuto